quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

"Não te iludas. As eleições burguesas não permitem que ganhem comunistas"

Dia 4 de Março são as eleições na Rússia. Guennadi Ziuganov é o candidato com mais hipóteses de bater Vladimir Putin. Ziuganov é o presidente do Partido Comunista da Federação Russa - sucessor do antigo Partido Comunista da União Soviética -, segundo maior partido no país.

Este post serve apenas para fazer referência a um post e sublinhar um trecho dum comentário. Li esse post, após ler um comentário interessante no facebook, dizia apenas:
"Não te iludas. As eleições burguesas não permitem que ganhem comunistas."

Será? Será que as nossas democracias não respeitam a vontade popular? Afinal, chamam-se democracias! O post responde à questão a partir dos acontecimentos que resultaram no final da URSS. É um excelente texto. Mas atenção também ao segundo comentário ali feito, que me faz transcrever aqui um trecho:
Em geral os sistemas desproporcionais e o desenhar dos círculos eleitorais obedeceu quase sempre ao objectivo de quebrar a espinha aos comunistas, (...) [Exemplo:] nas eleições de 1946, o Partido comunista francês obteve quase 5 milhões de votos e ficou com 103 deputados, enquanto outros 3 partidos que se ficaram entre os 2 e 2,5 milhões de votos obtiveram quase o mesmo número de assentos parlamentares (96, 95, 93). O partido do De Gaule, com 4 milhões, teve 123 assentos…como isto não bastasse, achou-se melhor requintar a coisa… Em 58, o PCF com praticamente 3,800 milhões de votos teve direito a 10 (!!) lugares no parlamento, enquanto o gaulista UNR com 3, 600 milhões de voto ficou com 189 assentos parlamentares…(ou seja, 200 000 votos a menos dão direito a quase 19 vezes mais representação parlamentar…) e partidos que tiveram metade dos votos do PCF (como o MRP, partido democrata-cristão) tiveram direito a 57 assentos. Mas há casos mais escandalosos…é só escavar um pouco mais fundo. [link]

Para ler o post e o comentário: Golpistas e democratas na URSS, por Bruno Carvalho, no 5Dias.

1 comentário:

José Eduardo disse...

nem tão dissecante das "novas" entranhas políticas, remeto-me à estranheza da segunte constatação: O desmentido mas não desmentivel federalismo europeu não permite sequer que se consulte o povo na mais elementar das decisões de gestão nacional... Os Gregos não puderam ter a palavra no destino económico do seu país e, não obstante, foi-lhes impingida uma arbitrária seleção de assexuados tecnocratas para liderar a epopeia rumo ao abismo!!!