domingo, 25 de dezembro de 2011

Sinal de Alarme

Dei com um artigo no Público sobre um rapaz que deixa diariamente uma flor na última carruagem do metro. Junto, deixa num papel uma mensagem de. . . coiso.

O objectivo é “obrigar as pessoas a parar”, diz ele. Parar e perguntarem-se “O que ando aqui a fazer?”. “Só se pensa nisto quando ficamos doentes ou morre alguém. Hoje, as pessoas estão a ficar completamente soterradas”. E falar do. . . coiso “também assusta muito”, acrescenta.

Vejamos: as pessoas são logo entrada do metro domesticadas no ritmo pelos torniquetes, depois enquanto olham para as estações que faltam até ao destino o abrir e fechar das portas serve como segundo regulador do tempo, tudo com a preocupação inconsciente de não falhar com a ditadura das horas. Adormecidos por um padrão repetido diariamente, sempre igual, uma flor é o imprevisto que serve como despertador. Acordar (quando já estaríamos acordados) é um incómodo que torna a acção do rapaz da flor um acto potencialmente subversivo.

Escrever amor, e largar o coiso, é capaz de ser também subversivo - penso eu agora que parei para escrever. Quatro parágrafos! E, é assim, com este post que pela primeira vez do blogue se faz Jazz. Não é coiso que se diz, é amor. E o amor é Jazz.


1 comentário:

Rui Silva disse...

Acrescentei aos favoritos.
Força nisso.
RV