quarta-feira, 22 de maio de 2013

De pernas para o ar

É algo que vejo a acontecer frequentemente, sendo nos comentários das redes sociais ainda mais fácil de analisa-lo, e refiro ao seguinte: alguém emite uma opinião em que analisa a realidade concreta e o receptor toma a análise como uma crítica pessoal e moral.

Há dias alguém no facebook publicou a seguinte citação:
E como a reacções à publicação remetiam-se à necessidade de votar, decidi comentar também acrescentando apenas que "A participação na política de qualquer pessoa tem de ir muito para além do voto...". Realmente aparenta ser uma consideração de moral, e foi interpretado como tal, ao invés, de uma observação de uma necessidade concreta. A participação na política é uma necessidade concreta e não um mero dever idealizado somente a partir das nossas cabeças. Mas, lá tive de ouvir a desculparem-se!, após terem interpretado a minha afirmação como uma crítica pessoal, o que é - permitam-me este aparte - uma reacção muito curiosa e que gostaria de debruçar-me mais sobre ela, inclusivamente aqui no blog.

Vou tentar ser claro na minha posição: 
a moral de uma pessoa ou de um povo forma-se sob as circunstâncias do meio onde vivem, e, por isso, é fundamental analisarmos e compreendermos essas circunstâncias para, então, de acordo com as nossas necessidades, humanamente transformar as circunstâncias. Dai ser necessário formar e partilharmos opiniões, que é uma forma de refinarmos esse nosso conhecimento sobre o mundo. A cada alteração das circunstâncias, ou simplesmente, a cada alteração na compreensão que temos delas, uma nova moral se readapta. Também por isso, não é de estranhar que uma afirmação de uma análise concreta tenha implicitamente embutido uma consideração moral, tal como o exemplo acima. Devemos comentar sobre o concreto - ora, terei feito agora uma declaração de moral?!

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