sexta-feira, 11 de maio de 2012

Patologia do Vazio, diz ele

Olá, é com um sofrível prazer que escrevo pela primeira vez aqui.

O autor deste blogue encontra-se num dilema de fácil resolução que adia solucionar. A contradição em que se colocou resulta da sua vontade em escrever palavras vãs, néscias, que provavelmente faça o leitor perder o seu tempo, e por outro lado, a sua moral que o impele a escrever parágrafos que promovam algum tipo de reflexão sobre o mundo, e nos raros dias de optimismo, inclusivamente, a transformar infinitesimamente esse mundo. Não se decide.

Penso eu, que sou o narrador deste blog, que perante este bloqueio em que a decisão se vai transformando numa crise de proporções absurdas, me vejo na necessidade de aparecer, e inaugurar aqui a minha escrita. Com este inútil texto na perspectiva do leitor, simplesmente, desbloqueio o dilema. Para gozo pessoal, roubo a resolução da contradição ao autor do blog e transformo-me eu no revolucionário: a partir de hoje escrever-se-á conteúdo néscio.

Duvido, porém, que consiga convencer o autor deste blogue de que revolucionário e conteúdo néscio sejam palavras que possam conviver pacificamente na mesma frase, mas acredito que o alívio que o autor deste blog sentirá ao ter eu decidido por ele, irá fazê-lo conformar-se perante a incoerência. Espero não estar a sobrestimar os vícios e feitio de pequeno-burguês do autor deste blog. Refiro-me, neste caso, sobretudo ao conformismo e apatia dele. É que, como narrador, não gostaria de entrar em conflito com o autor de séries como «Rumo ao Fascismo» e «O executivo do Estado moderno...», publicado ao longo do curto tempo de vida do blog.

Caro leitor, sinceramente, é-me isto tudo indiferente. Mas acho que autor deste blogue irá perder o juízo.

Cumprimentos,
o Narrador.

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