Já aqui no blog fiz referência ao concerto de 75 e à volta dos The Musical Box. Deixo agora mais um testemunho do concerto em que Rael veio ter a sua catarse a Cascais em pleno PREC:
Eu estive lá, com 12 anos de idade, às cavalitas do meu irmão Armando, que teve a feliz iniciativa de me levar.
Com chaimites e polícia cá fora, tipos guedelhudos e oleosos, tal como eram as coisas em 1975, sentia-se adrenalina e ventos de mudança no ar. A malta estava ávida de coisas diferentes e de beber, até ao último trago, tudo aquilo que raramente atravessava a fronteira.
Mas este grupo era, de facto, diferente: tinha força e jorrava emoções que mexiam connosco.
Estive na segunda noite, a do Musical Box, no encore. Now, now, now, now, now... ainda me arrepio, só de pensar. Por incrível que pareça, o Peter Gabriel olhou-me, a certa altura, fixamente, por uns segundos, pois eu estava muito próximo do palco, elevado às costas do meu irmão, e deve ter pensado "o que faz este puto aqui...". Nunca esqueci essa imagem, pois tinha os olhos azuis vivos, realçados por tinta preta, na sua representação de Rael.
Essa noite marcou-me, definitivamente. Estes fulanos entraram nas nossas vidas, graças ao seu talento inigualável, e ainda hoje sou surpreendido, cada vez que ouço em qualquer disco. Por mais voltas que dê, e escuto muita coisa diferente, volto sempre às origens...
Tenho para contar aos filhos e aos netos, aliás, a minha filha já ouve Genesis.
Carlos Brito de Sá, 49 anos (daqui)
Denis Gagné (Peter Gabriel) |
Genesis é uma das minhas bandas favoritas, e garanto que vale a pena rever a emulação feita pelos The Musical Box. A ilusão de que são mesmo o Genesis é muito bem conseguida, caso contrário não voltaria a revê-los. Fui a quatro concertos (e meio), e do primeiro, lembro-me perfeitamente da cena que acima Carlos Sá refere: Touch me now, now, now, now, now - arrepiante -, a sombra do velho projectada no tecto... - espanto! - e assisti a algo que nunca vira antes quando o publico no final da música saltou das cadeiras como que catapultados a gritar e a aplaudir como que caídos em demência; só consigo comparar à forma como se grita e salta quando num estádio cheio se festeja o golo mais importante do nosso clube. Espero que hoje o encore volte a ser The Musical Box, tal como se sucedeu na segunda noite de 75. Se voltar a haver chaimites e copcon à entrada do novo Dramático, espero trazer aqui as fotos.
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