(...) argumenta o companheiro idealista que esse aborrecido processo de pequenas manifestações, grevezinhas e protestos não leva a lado nenhum! O que a gente precisa é de partir esta merda toda, meter uma bomba em São Bento, greve permanente até o governo cair. Essas coisas... É que eu só não faço greves porque elas não duram o que deviam e só não vou às manifestações porque elas não são revoluções...
A lei central da dialética pode ajudar-nos a esclarecer o companheiro idealista. Trata-se do mecanismo de transformação da quantidade em qualidade. Um exemplo prático da aplicação desta lei pode-se ilustrar com a água: baixemos (quantitativamente) a temperatura da água e ela acaba por se transformar em gelo, alterando-se qualitativamente. Ao longo da história, as transformações sociais foram sempre corolário político da luta entre classes opostas por interesses inconciliáveis. Esse conflito, espraia-se diariamente em pequenas ações: manifestações, debates, greves. Mas o que ainda escapa ao companheiro idealista, é que quando a quantidade destes pequenos protestos atinge o ponto de ebulição, tal como a água, dá-se uma mudança qualitativa na sociedade, a revolução.
A História demonstra para além de quaisquer dúvidas que o materialismo dialético não se equivoca: Se a minha geração quiser sair da plateia e pegar a História pelos cornos, não pode delegar a política em ninguém sem fazê-la todos os dias com a sua própria luta. Só a longa e dura luta pelos direitos dos trabalhadores e das populações, pode engrossar o caudal que desagua em mudança. Será também essa mesma luta, a forjar uma nova consciência, que acabe de vez com a perversa cumplicidade entre explorador despudorado e explorado complacente.Todos à Greve Geral!
segunda-feira, 19 de março de 2012
Excerto de «O que é o materialismo dialéctico?»
O melhor é ler o texto na íntegra aqui, em Diário Liberdade. Deixo aqui três parágrafos deste excelente artigo:
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