segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Saias Lápis, a nova tendência de Inverno?

Na SIC estiveram há pouco a falar durante mais de 30 minutos sobre as "tendências deste Inverno". Não mostraram o que as pessoas andam nestes primeiros dias de chuva e frio a vestir-se, nem compararam as escolhas das indumentárias relativamente a outros anos, isso sim, teria interesse e seria merecedor de estudo e tempo de antena, mas, ao invés disso, o contrário se passou, e trataram de nos explicar e sugerir a roupa que devemos escolher de acordo com o que está já previamente estabelecido (por quem?!) para a "nova" estação. Há sempre uma nova "tendência"!!

O conformismo ou a real necessidade de renovar o guarda-fatos fará o resto. Ciclos de moda surgem periodicamente, e não surgem ao ritmo das necessidades das pessoas, mas da indústria. A mudança na forma de vestir é algo induzido pelas revistas, televisões e, inclusivamente, por restrições na oferta por parte das grandes lojas de roupa. Tirando um professor meu que usa a mesma roupa desde a década de oitenta, dificilmente escapamos a esses ciclos no estilo que vestimos.

"Saias lápis vão ser uma tendência fortíssima este Inverno" disse a TV. Resta repetir mais vezes. Se assim for, então, as saias lápis serão um elemento constituinte da ideológica predominante neste Inverno. Afinal, a forma de vestir é também uma causa e um reflexo da nossa maneira de pensar.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A minha Aplicação para Android das Quintas-feiras.

O deslumbramento por brinquedos tecnológicos alheada a uma mentalidade consumista (mal controlada) de possuir algo, de que não se necessita verdadeiramente, fez com que houvesse um telemóvel a mais. Ofereceram-me então o que sobrou e ganhei um smartphone. Pensei Porreiro, pá! Finalmente poderei ser feliz!

Epicuro explorou as ilusões sobre as verdadeiras necessidades para a felicidade. Comigo, contudo, dei agora na prática, mais uma vez, razão a Marx quanto à evolução das necessidades. Por exemplo, hoje em dia é uma necessidade ter um frigorífico e não mais um luxo; as necessidades evoluem dependendo das condições da época e restante contexto em que a pessoa está inserida. Ora, para mim, ganhei uma nova necessidade (que não tinha), que é ter todas as quintas-feiras esta aplicação para Android no meu "novo" smartphone por perto:

(clicar na imagem para ver a aplicação no Google Play)

O programa está excelente. Leve. Muito bem organizado e simples de usar. Vale 5 estrelas, mas peca ainda, e apenas, por não se poder mudar o tamanho da letra e faltar acrescentar um método que facilite a busca de edições anteriores. Funções que espero que numa próxima versão seja adicionado. Vale a pena, experimentem, pois mostra realidades que os outros jornais escondem. Penso Agora sim, já poderão ser felizes!

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Pela Estrada Fora com Dexter Gordon e Wardell Gray



Primeiro trecho onde surge referência a esta música e álbum no livro de Jack Kerouac:
Dean conduzira quase a cento e cinquenta à hora; agora era obrigado a não ultrpassar os centro e dez, caso contrário o veículo inteiro iria voar silvando pla encosta abaixo. Atravessaram as imponentes Smoky Mountains em pleno Inverno. Quando chegaram à porta de casa do meu irmão, há trinta horas que não comiam nada, tirando umas goluseimas e bolachas de queijo.

Comeram vorazmente enquanto Dean de pé, de sanduíche na mão, se inclinava e saltava em frente do grande fonógrafo a escutar um disco de bop arrebatador, que eu acabara de comprar, chamado The Hunter, com Dexter Gordon e Wardell Gray a tocar com toda a garra perante um público estridente que dava uma sonoridade frenética bestial à gravação. Os parentes do Sul entreolhavam-se e abanavam as cabeças de espanto.

- Que tipo de amigos é que o Sal tem? - perguntaram eles ao meu irmão.

Ele ficou sem saber o que responder. As pessoas do Sul não gostam nem um bocadinho de devarios, pelo menos do tipo de Dean dava mostras. Ele ignorou-os por completo. A loucura de Dean tinha desabrochado numa estranha flor. Só me apercebi disto quando eu, a Marylou e o Dunkel saímos de casa para dar uma breve volta no Hudson, na altura em que ficámos sós pela primeira vez e pudemos conversar sobre tudo o que nos apetecia. Dean agarrou no volante, engrenou a segunda, reflectiu um instante, em andamento, subitamente pareceu ter tomado uma decisão qualquer e meteu prego a fundo com impetuosa determinação, lançando-se pela estrada fora.
Se a saúde deixar, espero voltar a manter o blog actualizado... e talvez recupere a intuição do tempo. Se alguém tiver este álbum, o The Hunt, que diga coisas: eu quero-o. Fiquem com mais uma faixa, Até breve.