segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Benfica, Porto e Sporting Vs Casa dos Segredos

Tatiana Neves é conhecida
por publicar fotos ousadas no facebook
e tem também um canal no Youtube. [fonte]
Parece que recomeçou a Casa dos Segredos. Vi há pouco na TVI. À mesma hora fazia-se o rescaldo dos jogos da Primeira Liga de futebol, na Sic Notícias e outras. O Benfica ganhou ao Moreirense.

Não se pense que o mais alienante é a Casa dos Segredos. Com olhos de ver ainda se aprende algo sobre os humanos e técnicas de manipulação mediáticas. Da conversa sobre futebol nem de futebol se aprende. Por exemplo, sobre o golo sofrido pelo Benfica nada de interessante foi dito, e só após desligar a TV e procurar na net li algo de interesse sobre o assunto, achando-as no local do costume.

Já pensaram no incrível potencial que poderia ter a televisão no desenvolvimento da sociedade? A televisão é provavelmente o maior desperdício tecnológico da história da humanidade.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Apenas choveu!

Ligo a TV e noticia-se que o transito de Lisboa está um caos. Ao vir para o trabalho, em Oeiras, outro caos em sentido inverso ao meu. Filas... Autocarros parados... Insultos e apitadelas... Gente e mais gente nas paragens... 

A manhã ainda vai no início, mas ainda ninguém se me queixou da precarização do sistema de transportes públicos e consequente excesso de carros. Se fosse uma greve a TV já lhes tinha ensinado a queixar. Hoje a culpa vai ser colocada na chuva. E nem choveu muito.

Se fosse uma greve, ainda era mais evidente o valor dos transportes públicos e de quem neles trabalha para o nosso dia-a-dia. As greves põem a nu o valor do trabalho. Hoje, apenas choveu. Apenas choveu!

sábado, 13 de setembro de 2014

SMUP - Sociedade Musical União Paredense

Há anos que procuro conhecer algo que valha a pena frequentar ao fim da noite em Oeiras. É complicado achar tal lugar quando se procura um sítio com preços simpáticos e sem tretas plásticas da moda. Não quero ouvir música de encher nem ter de pagar por cada actividade oferecida. Às vezes surgia uma casa interessante mas fechava quase logo de seguida.

Hoje, não em Oeiras mas perto, na Parede, conheci a SMUP - Sociedade Musical União Paredense - e fiquei encantado. A surpresa começou logo pela música e uma calma geral pouco frequente, tabuleiro de xadrez, mesa de ping-pong e... um campo de badminton! À porta anunciava-se um festival de Jazz!

Raramente entro num sítio e sei que irei voltar. E voltarei muitas vezes à SMUP. Não se respira um ambiente enfaixado para a venda, mas antes um ambiente de socialização livre de taxas. Quem quiser pegar num tabuleiro de xadrez, simplesmente pega num e joga; se se quiser sentar apenas para respirar, pode sentar-se sem ter de consumir; se quiser deixar de respirar, acho que também deixam mesmo não se sendo sócio da Sociedade.

Apeteceu-me fazer coisas destas... Em breve espero voltar para participar nisto:



terça-feira, 9 de setembro de 2014

O problema fundamental do nosso pensamento


Sempre me fascinou pela negativa a tendência generalizada para se complicar.
- Bruno, acreditas que o Mundo existe, certo?
- Sim.
- Então como é que ele se criou? Foi Deus que criou.
 Penso eu, mas não sou erudito, que seria muito mais simples o Mundo ter-se criado por si ou ter sempre existido. Não haveria assim necessidade de se introduzir mais entidades à equação. Contudo...
- Note bem que é uma lógica infinita. Se Deus criou o Mundo então quem criou Deus? - disse eu.
- Mas Deus é deus!
Caiu-me toda a epistemologia em cima, o disjuntor das sinapses disparou e lancei um grunhido!! De seguida ouvi Engels nos céus com a sua barba branca e voz estridentemente fininha:
«O grande problema fundamental de toda a filosofia, em especial da filosofia moderna, é o da relação entre o pensamento e a existência [...], a relação do espírito com a natureza [...], o problema: qual existe primeiro, o espírito ou a natureza? [...] Consoante era dada uma ou outra resposta a este problema, os filósofos dividiram-se em dois grandes campos. Os que afirmavam que o espírito era primordial face á natureza, e portanto aceitavam, em última instância, esta ou aquela criação do mundo [...] constituíram o campo do idealismo. Os outros, que consideravam a natureza primordial, pertencem às várias escolas do materialismo.»

(FH, in Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Alemã Clássica)
 Foi assim que comecei a minha caminhada espiritual.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A Terceira

Não tenho meios para fundamentar devidamente esta tese, mas estou cada vez mais convicto disto:
Não se trata tanto de saber quando ocorrerá a Terceira, mas antes que acontecimento será dado no futuro como tendo despontado a Guerra. 
Vou fazer uma lista dos arquiduques vivos.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Um homem vulgar

Ontem um senhor cinquenta de muitos anos fazia conversa comigo. Dava grande importância em ser simpático para tudo e todos. As outras pessoas importam-lhe hoje mais do que antes, pareceu-me. Provavelmente um sinal de que nunca como agora ele precisa tanto dos demais. Explicitou que gostava de falar comigo! Logo eu que não gosto de fazer conversa de circunstância...

Perguntei-lhe a certa altura o que vinha ali fazer. Ele ia explicar, e para o me responder teria de puxar pelo curriculum, pela experiência, por tudo aquilo que o fazia importante para estar ali estar a fazer o que foi fazer. 

- Sabe, eu...

Foi então que ele interrompeu a resposta ainda antes de a começar, olhou fixamente em frente, com ar reflexivo e

- Não! Na verdade sou um indivíduo completamente vulgar. Vulgaríssimo. Sou vulgaríssimo.

Pausa. Olhar fixo em frente e reflexivo.

- Sou um indivíduo vulgaríssimo.

Momento intenso. Olhar intenso. Tom de voz intensíssimo. Não lhe respondi. Em momentos destes penso de mais para conseguir ter espaço para conseguir falar. Lembrei Sagan. As famosas passagens de Cosmos em que tudo depende da distância de perspectiva.

A Terra, a Via Láctea, é só uma partícula de pó no imenso Espaço. Tão pequenina é a nossa constelação que o planeta Terra se torna insignificante. Poeira cósmica vulgar, vulgaríssima. Porém, é praticamente tudo o que temos. Para nós, que aqui vivemos, a Terra é o planeta mais importante.

Ali ia um homem vulgaríssimo.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

O Desperdício - elemento estrutural

Erro comum e clássico dos nossos tempos é tratar da Economia como sendo sobretudo gestão dos dinheiros, confundindo-se também Economia com Finança. Miséria das misérias da Economia, como ciência, é que as faculdades ensinam com ênfase nesse mesmo erro. O dinheiro é como uma imagem do valor, não é o valor em si. Por outras palavras: há um hiato entre o valor de algo e o seu valor comercial. O resultado é que em vez de se estudar e se tentar gerir os recursos do planeta segundo os seus valores, apenas se olha esses recursos em valores monetários, consequência também de uma obsessão estrutural pelo lucro. 

Um supermercado é uma imensa fantasia de um mundo de necessidades satisfeitas. A mercadoria vira fetiche. Cada produto esconde uma imensa vida atrás de si, um emaranhado gigante de inter-relações humanas com escala espacial de dimensão global e, inclusivamente, na escala temporal anterior aos primeiros registos históricos. Por detrás de uma pizza congelada de supermercado esconde-se casos de produção do tipo esclavagista [1, 2, 3…], crimes ambientais [1, 2…], empregos legais pagos abaixo do limiar de pobreza [1]… 

Mas o pormenor que vou evidenciar é um facto simples e que paira à frente dos nossos olhos: o capitalismo é o sistema de produção do desperdício. Nunca antes as sociedades humanas viveram num sistema social em que o desperdício se tornasse estruturalmente necessário para a sua manutenção. Vejamos este gráfico que analisa os desperdícios de comida nos EUA, em que 40 % da comida é desperdiçada!

http://www.takepart.com/article/2014/08/28/food-waste-consumed-and-lost?cmpid=tp-ptnr-upworthy

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Desinteresse...

Estou a forçar-me a escrever, a fazer qualquer coisa, mas reparo que nenhum assunto me motiva ao ponto de valer a pena ser lido. A utilidade de um texto vem com esforço, muito esforço quando não há paixão ou outra motivação menor. Num dia onde a coisa mais emocionante foi meter gasolina dez cêntimos mais barato, ou a miúda que ao almoço implicitamente assumiu ter medo de fantasmas, que assunto valerá a pena escrever? Fantásmas?! Cool, afinal, nem tudo está assim tão mal!

Contudo, tem-me restado ir lendo por aí quem vá falando, mais e melhor, daquilo que quase me tem motivado o suficiente para escrever. Sigam os links acima.