Adivinha-se para breve o fim deste governo PSD/CDS/troika. Está gasto! Sem surpresa, ficou podre bem mais depressa que o governo PS/troika anterior. Por isso, nota-se já que é hora das "abstenções violentas" (!) darem lugar a um verbalismo mais forte e até aparentemente radical. Dito de forma mais clara: ai virá o PS a mostrar-se como alternativa e ao lado da classe trabalhadora, quando ele é historicamente um traidor de classe e, concretamente, não passa de mero partido de alternância. Adivinho que estejam a dar atenção ao termo traidor, mas reforço o outro: alternância. Alternância (e não alternativa).
Tu dizes que se aproxima o "circo eleitoralista", o chamado "jogo partidário", e aproxima-se sim. E porque o PCP participa no parlamento e nas eleições, ao toma-lo como igual a outros, simplesmente, inconscientemente, ofendes aqueles que estão inseridos na luta proletária e se organizam em partido. Naturalmente, eles usam as eleições e o parlamento como frente de luta, afinal não se deve deixar nenhuma frente de luta sem resistência, mas essa luta está longe de se resumir a isso.
Caros amigos, sei que a maioria de vocês é, cada um à sua maneira, anti-comunista. Uns são abertamente, e outros, a maioria, não tem consciência de o ser. Mas agora que muitos de vós sentem, finalmente, a necessidade de agir politicamente, gostaria de vos deixar claro isto:
É com os comunistas que está a mais assertiva resposta à agressão de classe a que estamos sujeitos, quer gostes quer não.
Lutar contra a classe dominante e construir uma sociedade adequada aos nossos interesses é muitíssimo complicado, e ignorar o legado de mais de 90 anos do Partido Comunista Português é simplesmente estúpido. Ignorar a CGTP, também. Acho que vocês percebem porquê, ou preciso explicar? Assim sendo, então vão-se mentalizando...
Dirão alguns que é preciso outras formas de luta. Creio que está certo, mas acho também que com o tempo qualquer organização ao maturar a sua luta - se entretanto não desaparecer ou desviar-se dos objetivos - irá ficar cada vez mais parecido com o que é o PCP. É uma questão de tempo, de décadas.
É assim que hoje penso, mas nem sempre foi assim. Perdi os preconceitos anti-comunistas e, algo contrariado, até me tornei em um comucoiso, pois, por necessidade tinha e tenho de dar prioridade à razão. Tudo isto é algo que demora a aprender, a absorver e a fazer-nos agir mais assertivamente na transformação da sociedade. Algo que é cada vez mais urgente. Não se pode deixar tal tarefa para os outros.
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