Trecho do artigo «Por que lutavam eles na defesa de Madrid em 1936?» por Miguel Urbano Rodrigues:
Eu sabia que o Comité [de Não Interversão], instalado em Londres, não atingira o objectivo proposto. Fora na prática um organismo de fachada. A Alemanha e a Itália desrespeitaram desde o início as suas resoluções, com a cumplicidade farisáica da Inglaterra e da França. Quando Hitler e Mussolini decidiram apoiar militarmente a sublevação de Franco e Mola, a Inglaterra, potencia naval hegemónica, poderia ter impedido o desembarque de tanques, aviões e de milhares de soldados italianos nos portos da Andaluzia. Mas limitou-se a protestos hipócritas. A França de Leon Blum fechou a fronteira com a Catalunha, impedindo a entrega ao governo do presidente Manuel Azaña de armas que este havia comprado e pago.
Isso enquanto os aviões alemães da Legião Condor, pilotados por nazis da futura Luftwaffe, bombardeava a população civil de cidades da Republica. A destruição de Guernica é recordada como exemplo e símbolo da barbárie fascista.
Foi somente em Outubro que cargueiros vindos da URSS, em resposta à ostensiva intervenção das potências do Eixo, descarregaram em Cartagena os primeiros caças Policarpo I-16. Conhecidos em Madrid por "Chatos" e "Moscas", entraram em combate imediatamente, derrubando numerosos Heinkel, Junkers e Fiat para surpresa dos estados-maiores de Londres e Paris.
A passividade britânica e francesa estimulou a escalada do fascismo. Hitler interpretou-a correctamente A política da "Não intervenção" funcionou na prática como um prólogo da capitulação de Munique.
1 comentário:
Lembrei-me dos avisos de Churchill, anteriores à Guerra Civil Espanhola, que se focavam no rearmamento da Alemanha nazi (http://www.chu.cam.ac.uk/archives/education/churchill_era/transcripts/CHAR_9_112.php)
Interessante abordar as experiências tácticas militares conduzidas durante a guerra civil espanhola, que serviram de prelúdio para o que viria a acontecer durante a Segunda Guerra Mundial. A utilização de carros blindados com apoio aéreo tornou-se, no conflito espanhol, conhecimento global. Engraçado como os franceses e ingleses não deram importância alguma à evolução militar proposta pelos nazis. Para esse capítulo, o livro «os grandes julgamentos da história: Pétan» ajudou-me de sobremaneira a perceber que essa desconsideração francesa não foi por acaso, mas antes alimentada por desejos fascistas que corrompiam a frança.
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