quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Solidariedade proletária

Ao fazermos da manifestação de dia 29 bem sucedida, não estamos apenas a ajudar-nos como trabalhadores portugueses, mas também a ajudar todos os outros. Pode não ser óbvio, mas isto anda tudo ligado.

Em Portugal, desde 17 de Setembro que a maioria dos portos portugueses está paralisada  devido à greve dos pilotos de barra, à paralisação dos estivadores e dos  trabalhadores das administrações portuárias:

On Tuesday a one-hour strike in solidarity with the Portuguese dockers brought all production in the port of Gothenburg to a standstill. Solidarity strikes between 8.00 and 9.00 AM were held all over Sweden and in seven other European countries to support the striking dockers in Portugal. Today's international industrial action, coordinated by the International Dockworkers' Council, coincided with the opening of the EU-commission's meeting in Brussels concerning the future of the port industry.

From Gothenburg and other Swedish ports, the message was clear: We stand with our Portuguese collegues in their important struggle for decent working conditions and respect for health and safety.

Foto: Malin Ulfhager/Sveriges Radio
  Adenda:

Porto de Bilbau
Isto está tudo ligado.

De fazer lembrar a famosa frase:

"Proletários de todo os países, uni-vos!"

 

sábado, 22 de setembro de 2012

A Queda da Casa de Usher - Edgar Allan Poe

Obscuro. É o que tenho a dizer.

Que tétrica situação em que um conto aparentemente enfadonho e com uma negritude batida, gasta, abusada por filmes e séries duvidosas, acobarda as ondas, afugenta o sol, e num raio distante da vista as mamas desaparecem! Aos pares! Na areia afunda-se os pés.

Obscuro. Não é bem o que tenho a dizer.

Que tétrica situação em que um conto inicialmente enfadonho entranha subrepticiamente na mente de sonhos acordados e os torna húmidos de suor. Pudesse eu ir para a cama húmido ou houvesse alguém no seio dela húmida! A areia molha os pés; aos pares.

Que tétrica situação! Era o que tinha a dizer.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Para a Questão da Habitação


Há algum tempo que um livro não me prendia tanto o interesse. Talvez por me interessar por Urbanismo, aquela que deverá ser a área mais interligada com as ciências sociais na minha formação académica.

Penso escrever mais posts acerca deste livro, o primeiro texto publiquei-o agora no Leitura Capital.

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Para a Questão da Habitação, na integra,
em PDF, aqui.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

José Gomes Ferreira, hoje no Jornal Nacional

José Gomes Ferreira (JGF) é um economista/jornalista/opinador completamente restrito ao pensamento dominante. Apesar disso, as palas ideológicas que tem nos olhos é de certa forma parcialmente compensado pela atenção, criatividade, e seriedade com que analisa o panorama financeiro e económico para os canais televisivos do grupo Impresa SA. É dos poucos que ainda respeito e me prendem a atenção entre as dezenas de caras fixas dos canais e jornais do Balsemão.

Hoje JGF teve uma intervenção interessante no Jornal da Tarde, mas vejamos alguns pontos:


  1. Após lembrar que as mudanças no TSU tiram dinheiro aos trabalhadores para dar ao capital, revela que isso dará um "balão de oxigénio" a muitas grandes empresas que aproveitarão para pagar as suas dívidas à Banca. É então que JFG, no minuto 1:44, revela a sua desconfiança de que o governo não quer resolver os problemas do país com equilíbrio mas que há uma aproximação a quem se "portou mal" (leia-se, a Banca) [sic]. Afinal, era a Banca que ganharia com tudo isto.

    Ora, não fossem as suas palas ideológicas talvez não colocasse nenhum governo, ou Estado, acima das classes sociais, como que de um árbitro que equilibra e harmoniza as relações entre capital e trabalho. Ora, isso nunca acontece. Pelo que oiço de JFG, ele não ignora a existência de classes sociais, mas ignora o conceito de luta de classes, e talvez por isso, ele não compreende que o governo é fruto duma relação de forças entre as classes, e sendo dominante o capital (sobretudo financeiro), então, não deveria surpreender ninguém que o governo pratique sobretudo políticas do interesse do "mal comportado" capital financeiro (a Banca).
    .
  2. No final, JGF mostra que o ministro do CDS Pedro Mota Soares é incoerente (palavra e eufemismo da minha responsabilidade). Mas, JGF prefere escolher um vernáculo bem mais duro, e optou por dizer que "isto é mais que distracção, isto é uma outra coisa mais feia..." - atenção, reticências!!!!! Pensei que ia chamar os bois pelos nomes, mas desiludi-me tremendamente quando rematou com um mero «incompetente» (!) (palavra e eufemismo da responsabilidade de JGF).

    Quanto a este mito da incompetência, escrevi o post anterior e mais nada pretendo acrescentar de momento: Isto não é um governo de incompetentes, porra!.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Isto não é um governo de incompetentes, porra!

Cito isto que é curto e grosso:
Anda para aí a circular a ideia de que isto é um governo de incompetentes, de gente que anda a fazer experiências connosco, que anda a brincar com a nossa vida, que se enganou, que comete erros, etc.

Não tenhamos ilusões: este governo está a cumprir rigorosamente o programa e o sonho molhado da direita e do grande poder económico para Portugal: transformar isto numa Singapura da Europa - exploração máxima, lucro máximo, salários de miséria e trabalho escravo.

Para cumprir esse programa, tem de ser um governo descartável: fazer o máximo de estragos enquanto não cair. Depois, virá um outro, com ares de grande sapiência e serenidade, continuar o trabalho, em condições mais favoráveis para o saque do país.

Se nos deixarmos enganar...
(citação atribuída a Pedro Penilo, mas não o confirmei)

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Mensagem para uns amigos

Adivinha-se para breve o fim deste governo PSD/CDS/troika. Está gasto! Sem surpresa, ficou podre bem mais depressa que o governo PS/troika anterior. Por isso, nota-se já que é hora das "abstenções violentas" (!) darem lugar a um verbalismo mais forte e até aparentemente radical. Dito de forma mais clara: ai virá o PS a mostrar-se como alternativa e ao lado da classe trabalhadora, quando ele é historicamente um traidor de classe e, concretamente, não passa de mero partido de alternância. Adivinho que estejam a dar atenção ao termo traidor, mas reforço o outro: alternância. Alternância (e não alternativa).

Tu dizes que se aproxima o "circo eleitoralista", o chamado "jogo partidário", e aproxima-se sim. E porque o PCP participa no parlamento e nas eleições, ao toma-lo como igual a outros, simplesmente, inconscientemente, ofendes aqueles que estão inseridos na luta proletária e se organizam em partido. Naturalmente, eles usam as eleições e o parlamento como frente de luta, afinal não se deve deixar nenhuma frente de luta sem resistência, mas essa luta está longe de se resumir a isso.

Caros amigos, sei que a maioria de vocês é, cada um à sua maneira, anti-comunista. Uns são abertamente, e outros, a maioria, não tem consciência de o ser. Mas agora que muitos de vós sentem, finalmente, a necessidade de agir politicamente, gostaria de vos deixar claro isto:
É com os comunistas que está a mais assertiva resposta à agressão de classe a que estamos sujeitos, quer gostes quer não.

Lutar contra a classe dominante e construir uma sociedade adequada aos nossos interesses é muitíssimo complicado, e ignorar o legado de mais de 90 anos do Partido Comunista Português é simplesmente estúpido. Ignorar a CGTP, também. Acho que vocês percebem porquê, ou preciso explicar? Assim sendo, então vão-se mentalizando...

Dirão alguns que é preciso outras formas de luta. Creio que está certo, mas acho também que com o tempo qualquer organização ao maturar a sua luta - se entretanto não desaparecer ou desviar-se dos objetivos - irá ficar cada vez mais parecido com o que é o PCP. É uma questão de tempo, de décadas.

É assim que hoje penso, mas nem sempre foi assim. Perdi os preconceitos anti-comunistas e, algo contrariado, até me tornei em um comucoiso, pois, por necessidade tinha e tenho de dar prioridade à razão. Tudo isto é algo que demora a aprender, a absorver e a fazer-nos agir mais assertivamente na transformação da sociedade. Algo que é cada vez mais urgente. Não se pode deixar tal tarefa para os outros.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Discurso de Jerónimo de Sousa na Festa do Avante!

É longo o discurso. Está lá tudo, ou quase tudo. A situação não se resolve com superficialidade e seus truncados excertos televisivos do discurso. Aqui está uma fantástica intervenção de Jerónimo de Sousa... É com os comunistas que está a mais assertiva resposta à agressão de classe a que estamos sujeitos, quer gostes quer não. Agora, em modo de escuta e reflexão:


Gostaria de destacar vários trechos, mas opto por este:

"Há quem diga que, perante o fracasso desta política de desastre nacional, estamos perante aprendizes de feiticeiro, vítimas do ricochete do seu próprio feitiço.

Puro engano!

Eles não são principiantes! Eles são mestres na arte da exploração dos trabalhadores e dos povos, para servir os senhores do dinheiro. Na sua maioria cursaram e fizeram tirocínio nas escolas do pensamento neoliberal, nos alcatifados da União Europeia e nas mais afamadas administrações dos grupos económicos e das grandes instituições financeiras, cujas portas estão sempre abertas a um regresso, depois de uma “sacrificada comissão de serviço público”. Eles são peritos na arte da mistificação. Eles nunca se enganam na receita e o feitiço nunca se vira contra eles, nem contra os interesses que servem, mas contra os trabalhadores, contra o povo."
Assim, evidenciado o cariz de classe das intenções daqueles que nos governam (como podemos ir comprovando aqui), o Vasco fez-me notar que o discurso foi também um "discurso da esperança. Um discurso que diz, sim é possível uma política diferente. Sim é possível um Portugal digno. Sim é possível viver noutro modelo, num modelo que se centre nas pessoas e nas suas necessidades" (vejamos aqui).

Reabertura do estaminé

Daqui fala o narrador deste blog.

O autor do blog escreveu vários posts com o propósito de retomar aqui as suas publicações, mas foram todos parar aos "rascunhos". São cada vez mais os textos por publicar à espera do momento ideal, e outros, esquecidos provavelmente para sempre. Ele é parvo!

Por isso, aqui reabro eu uma nova série após as férias de Agosto, senão o autor do blog nunca mais publica nada e transformar-se-á ele próprio num rascunho engavetado para todo o sempre.