Não vou descrever o momento. Isso seria para os poetas. Com Mário Wilson, aquilo que no fundo, às vezes tão lá no fundo, liga as pessoas entre si, fica claro, e à vista. A amabilidade com que recebe, e se oferece ao próximo é indescritível.
Foi com essa poesia que no fundo - não há poeta que descreva tão fundo -, que hoje, e sempre, o amigo Sr. Wilson confraternizou com os meus pais. Não lembrava que era assim, mas as recordações que tenho dele, com eles, revelam-me que sempre assim foi. Uma tremenda amabilidade. Uma qualidade dos grandes Homens.
Cumprimentou-me - se é que esse é o termo. Enfim, segurou-me a mão com ambas as mãos - se é que essas são as palavras. Nada falamos - mas só eu é que nada disse. Mais tarde, brincou, «Quem é este gigante que aqui está?!»... De momento, tenho nas mãos a sua biografia e vem com uma dedicatória dirigida a mim! Diz no final que para o ano vamos ser campeões! - ao que traduzo para um: para o ano vais ser como eu. Mas, ele, acho eu, pensa honestamente que só há campeões quando o são como colectivo. Procurou dizer por palavras aquilo que sabe dizer sem elas, porque no fundo, tão lá fundo, não há palavras. Só é descritível sem elas, onde o velho capitão é poeta.