quarta-feira, 11 de abril de 2012

Submarine (2010) - 7


Oliver Tate é um puto porreiro. Ele é consequência do casamento de dois estóicos que copularam uma vez à meia luz num quarto sem pó. É, apesar disso, um rapaz surpreendentemente saudável. Chegado à adolescência, a sua moral pequeno-burguesa tem o primeiro desafio ao gozar com a gorda da escola para chamar a atenção de uma miúda. Essa miúda, vestida com a cor do pecado é, segundo o próprio Oliver Tate, socialista. Ela usa um casaco vermelho que faria dela o coelho do País das Maravilhas. Ela é o coelho do Submarino. É na verdade um coelho amarelo.

Oliver Tate sonha acordado, apaixona-se, livra-se do estoicismo das sua figura paterna e materna para oferecer-se a uma mulher. Engata-a no sítio mais romântico do estaleiro da zona industrial por debaixo das gruas. É uma imagem a milhas de distância dos miúdos do Soeiro Pereira Gomes, da sobrevivência, do trabalho árduo. Oliver está antes em busca da felicidade ao querer largar o tédio e a sua vida cinzenta, mas confortável, e ali, à beira daquele belo rio poluído, ele apronta-se para se maçar seriamente com os fluxos hormonais de outro ser humano. Não tenham pena. É novo, é ingénuo, mas jamais inocente. Só lhe interessa que a virgem suba ao topo da oliveira e responda sim.

Oliver Tate é o personagem principal de Submarine. Um filme bonito, bem construído, divertido, diferente. A banda sonora encaixa-se perfeitamente como segunda narração. A primeira, é proferida pelo próprio Oliver. O filme não é excepcional, mas é especial.

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